A
TRAVESSIA DO PESCADOR
SUA HISTÓRIA, NOSSA CULTURA
Em 1924, os desbravadores Antônio Cristino
Côrtes, Francisco Luiz Esteves e Francisco Dourado e suas comitivas povoaram a
beira dos Rios Garças e Araguaia, fins explorarem os rios a procura de
minérios.
Foto: Pedra Barra Cuiabana, localizada no Porto
do Baé.. Rege uma lenda que na margem do Rio Garças, lado
mato-grossense, Simão da Silva Arraya enterrou um
recipiente (talvez uma garrafa) contendo diamantes embaixo de uma pedra. Ela
hoje é conhecida como Pedra Barra Cuiabana, essa lenda culminou com a vinda de
mais pessoas para a região a procura dos tais diamantes, tais pessoas
utilizavam a pesca como meio de
alimentação. Nessa época o pescado era abundante.
Na década de 20 até os meados dos anos 90 muitos colonos
sobreviviam da pesca artesanal (Pescador artesanal é aquele que faz a própria
rede, que conserta o próprio barco e que aprende desde cedo esta profissão). A pesca
era a principal renda das famílias ribeirinhas.
O
seu Narside Valério Marson, pescador e morador de Barra do Garças há mais de 30
anos, afirma que na época que veio para região do Vale do Araguaia, tinha a
pesca como um meio de subsistência.
A
comercialização era feita nas ruas, em restaurantes e peixarias. Segundo ele a
venda nunca foi um problema, e sim o transporte da mercadoria.
“Trabalhei
também como construtor civil porque a renda da peca nunca foi suficiente para o
sustento da minha família”.
Sobre
a valorização da profissão, Narside diz que no começo sofreu com o preconceito,
ouvia sempre que pescador era atoa. As pessoas não consideravam a pesca uma
profissão.
“Sem
o pescador não haveria peixe na mesa das pessoas, depois da regulamentação da
profissão junto ao mercado de trabalho o pescador é mais valorizado” declara
Narside.
FOTOS: ARQUIVO PESSOAL DO SEU NARSIDE VALÉRIO MARSON (Homem da direita)
Narside conseguiu passar para os seus filhos e netos a
tradição da pesca, e declara que a culinária peixeira faz parte das refeições
diárias.
Com os anos
de profissão e o excesso de exposição ao sol, Narside adquiriu problemas de
saúde que não permite que continue na profissão. No entanto, guarda em seu
acervo pessoal todos os seus materiais de pesca, como motor, balança, e
diversas fotografias, as quais faz questão de mostrar para suas visitas.
A pesca para Narside e seus colegas pescadores é
mais que uma fonte de renda, é uma filosofia de vida, é um costume adquirido
com o tempo. A tradição da pesca é parte da construção da identidade de cada
um.
Com o tempo a pesca sofreu transformação, foi
de artesanal e familiar à pesca industrial. Por meio de uso de técnicas
modernas e métodos massivos de exploração, os pescadores foram perdendo espaço e tendo que buscar outras formas de
trabalho, havendo assim alteração na cultura pesqueira.
Por: Alexsandra Batista da Silva
Luzia Rezende de Queiroz e
Rozania Fernandes de Souza
Academicas do Curso de jornalismo da UFMT, trabalho apresentado como requisito parcial de nota da disciplina Fundamentos da Cultura Brasileira e Regional, profº Gesner Duarte.